terça-feira, 1 de outubro de 2013

TIC TAC TIC TAC...




 O certo da vida

Desenho "BLESC BLOM" - Leonardo Etero

Não gosto das horas certas, precisas, bem ajustadas,
meio-dia, meia-noite,
“te vejo às 8 às 22 às 15 horas”.
A vida não é feita de horas certas
mas de atrasos e adiantamentos 
não atrasos exatos: de 5, 10 ou 15 minutos 
de atrasos frouxos... 7, 18, 23 minutos...

Não gosto das horas certas,
elas só funcionam nos contos de fadas
(“À meia-noite a carruagem vira abóbora.”),
na vida do dia a dia as horas são soltas
tudo é imprevisível:
o trânsito, o humor, o clima,
os encontros (desencontros)

(...)

e também a rima (E não é que ela veio?!).

Tá bom, a hora certa talvez exista no Reino Unido;
já nos outros cantos a hora certa
não é a do relógio
é a hora do destino. Destino?
Ou será a hora da leveza?
Talvez seja.

Desconfio dos planos infalíveis
com prazos e termos finais,
me parecem muito instáveis.
A hora certa não é
meio-dia, meia-noite; nem
“te vejo às 8 às 22 às 15 horas”.
A hora certa é aquela que tinha que ser.

A vida é feita do que tinha que ser
e não do que teria sido.



Fernanda Tinoco Ramos


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